O verdadeiro Adorador também é Pescador de almas!

Pensando no verdadeiro adorador e na verdadeira adoração…

Na última noite recebemos a visita de um amigo do Mike que veio pra jantar conosco, quem inclusive é muito interessado e um admirador do trabalho que o Mike realisa no mundo da música secular. Claro que quando o Mike se reune com sua turma o assunto é sobre música e músicos.

As horas foram passando e o mesmo tópico do qual tagarelavam entra na esfera do infinito, isso mesmo…eles esquecem do tempo, como se este não existisse. Eles viajam de uma era pra outra, de um estilo pro outro, mudam de ritimo, entram na história, debatem sobre favoritos, estilos mas o subjetivo é o mesmo: música! Eles não se cansam…

Já fazem mais de 11 anos que estou casada, não é a primeira vez que nos reunimos em casa ou na casa dos amigos do Mike e não é a primeira vez que os vejo dialogando sobre o que é mais apreciado entre eles, porém hoje algo me chamou a atenção de um forma especial e espiritual…música evangélica! Enquanto eles conversavam o Senhor me levou através das ondas do meu pensamento para os tempos de Davi “Destes foram também os cantores, chefes dos pais entre os levitas, habitando nas câmaras, isentos de serviços; porque de dia e de noite estava a seu cargo ocuparem-se naquela obra. Estes foram cabeças dos pais entre os levitas, chefes em suas gerações; estes habitaram em Jerusalém. I Crônicas 9:33” Os judeus da tribo Levita foram separados por Deus com um dom sublime: a arte de tocar e cantar. Eles comiam, viviam e repiravam música noite e dia.

“Então naquele mesmo dia Davi, em primeiro lugar, deu o seguinte salmo para que, pelo ministério de Asafe e de seus irmãos, louvassem ao SENHOR;… Então Davi deixou ali, diante da arca da aliança do SENHOR, a Asafe e a seus irmãos, para ministrarem continuamente perante a arca, segundo se ordenara para cada dia. I Crônicas 16:7 e 37”

A nossa volta há tantas possibilidades, oportunidades e infinita probabilidade, tantos recursos estão ao nosso alcance, mas ainda sim há muitas pessoas despreparadas na frente dos louvores em nossas igrejas. Me arrisco até a dizer que alguns confudem momento do verdadeiro louvour a Deus com palco para fama, popularidade e um barato sensacionalismo emocional. Baseado em tudo isso que vejo nas igrejas que visito, baseado no que sinto quando escuto certos louvores e em meio a tantos outros motivos escrevo o artigo que se segue. Minha intenção não é difamar os louvores contemporâneos no seio de nossas igrejas, muito menos ser negativa ou pessimista, mas sim nos alertarmos para o que tocamos e cantamos para Deus, é sermos mais críticos, perfeccionistas e exigentes quando oferecemos louvores a Ele. Acima de tudo se é realmente a melhor oferta o que temos entregado para Deus em questão de louvor.

“E aconteceu que, quando eles uniformemente tocavam as trombetas, e cantavam, para fazerem ouvir uma só voz, bendizendo e louvando ao SENHOR; e levantando eles a voz com trombetas, címbalos, e outros instrumentos musicais, e louvando ao SENHOR, dizendo: Porque ele é bom, porque a sua benignidade dura para sempre, então a casa se encheu de uma nuvem, a saber, a casa do SENHOR; E os sacerdotes não podiam permanecer em pé, para ministrar, por causa da nuvem; porque a glória do SENHOR encheu a casa de Deus. II Crônicas 5:13-14”

Quando voltei a mim e pra conversa que rolava na mesa, eu me dei conta que estava meditando num assunto que muito me incomoda nas igrejas de hoje…a música dentro das congregações, especialmente na Inglaterra e no Brasil.

Eu cresci em uma igreja de periferia em um bairro pobre da zona leste de São Paulo e me lembro que nosso grupo jovem de louvor no início era de qualidade mediucre. Só que tinha um porém: Nós amávamos louvar a Deus e os meninos amavam tocar. Nós respirávamos louvor, só falávamos em louvor, vivíamos nos reunindo pra cantar e os meninos se reuniam aparte pra treinar nos instrumentos. Éramos ambiciosos e sonhávamos alto. Resultado: transformamos a nossa banda brega em orquestra, nosso conjunto jovem em coral do Itaquerão. Nos tornamos um desafio pra as igrejas vizinhas, juntamos ofertas pra pagar quem podia nos ensinar técnicas de canto e instrumentos. Éramos pobres, a maioria eram estudantes de escola pública e os recursos eram muito limitado então fazíamos muitas atividades na igreja pra arrecardar fundos, daí começamos a comprar autorias de hinos e melodias até que tivéssemos condições de criar nossas próprias músicas, letras e arranjos. Os nomes daqueles jovens começaram a brilhar como estrelas na minha cabeça: Moisés, Carlinhos, Josué, Daniel, Rodrigo, Patricia, Lea, Sandra, Eli, Cacau, Marta, eu (a menos talentosa de todos que cantavam)…William, Liu, Adriano, Elisangela, Meire, Paulo, Mara, Evando, Tonho, Sara, Rogerio Lima, Eliseu, Tiquinho…a lista é imensa! Nós não nos preocupávamos com os outros nem nada, mas somente em oferecer a Ele o melhor que tínhamos.

Em tudo isso eu meditava enquanto na mesa de jantar eles falavam sobre música… música…música… Como se fosse a máquina do tempo eu ia e voltava do passado pro presente; Deus era com quem eu realmente estava conversando ali. Como se meu espírito aparecia e desaparecia daquela mesa e comecei a me questionar com Deus porque eu não vejo nossos jovens das igrejas de hoje com o mesmo entusiamo? Porque tocar ou cantar mais ou menos em nossas igrejas hoje é aceitável? Você pode não concordar comigo mas quantas vezes ouvimos das pessoas na igreja: “ah mais o que importa é o coração!” e com essa desculpa é que estamos vivendo anos após anos oferencendo pra Deus louvores de qualquer jeito, cantos desafinados, instrumentos tocados fora do tom ou do tempo e ainda continuamos a falar que o nosso Deus recebe porque ele vê o coração. Quanto aos que sabem cantar e tocar, então tentamos copiá-los mas não criarmos.

Porque não se vê evangélicos criando ritmo, criando novos sons e influenciando o mundo ao invés de serem influenciados por ele? Hoje não se vê muitos músicos inspirados mais sim especialisados em louvores traduzidos. Tudo que é inglês passa-se pro português, daí todos cantam, ninguém se questiona e a glória de Deus nem sempre se manifesta. Não estou dizendo que tradução é errado, porém isso não deve se tornar uma tradição e sim uma exceção a regra.

“Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade. (João 4: 23-24)”

A palavra aqui nos revela que devemos adorar ao Senhor em espírito (o nosso espírito se achega ao Espírito de Deus em adoração) e em verdade (a verdade é a palavra de Deus que ouvimos, que se revela pra nós e enche os nossos corações). Daí entoamos a Deus o perfeito louvor; o louvor que liberta, que opera milagres, que cura, que transforma vidas instantaneamente e que repreende a ação do maligno.

 “Então Saul mandou dizer a Jessé: Deixa estar a Davi perante mim, pois achou graça em meus olhos. E sucedia que, quando o espírito mau da parte de Deus vinha sobre Saul, Davi tomava a harpa, e a tocava com a sua mão; então Saul sentia alívio, e se achava melhor, e o espírito mau se retirava dele. (I Samuel 16: 23-23)”

Isso significa que quando sai dos nossos lábios e do instrumento que tocamos o perfeito louvor, as ações do maligno perdem seu poder de domínio. Pois o que sai da nossa boca em forma de louvor reflete naquilo que está cheio o nosso coração.

 “…porque da boca fala do que está cheio o coração. (Lucas 6:45 parte B do verso)

Hoje vemos muitos louvores voltados para o que os outros dizem e pensam, louvores voltados muito para o próprio eu e menos para Deus. Ninguém medita nestas letras, ninguém as questiona e compara com a palavra do Senhor. Ė impossível fazer a vontade de Deus sem um coração transformado; porém a transformação vem pelo ouvir esta palavra (verdade) de Deus.

Se o coração está cheio das premícias reveladas de Deus, certamente sua boca e seu canto junto com seu instrumento revelará isso. O seu louvor não só libertará o cativo, mas contagiará a alma cansada e as vidas que estão fracas em Jesus e fora Dele. Pois o grupo de louvor é a faixada da igreja, é o espelho da casa do Senhor e é o primeiro contato que o visitante ou o membro tem quando visita a igreja. Ë um dos ministérios que revela e entrega o estado espiritual de uma igreja.

“Porisso a palavra de Deus anda lado-a-lado com a adoração” (é importante que me adorem em espírito e em verdade). Os levitas viviam e respiravam dia e noite música para o Senhor e não é conhecidência que só eles podiam tocar na arca de Deus, qualquer outro ao tocar morreria. Você já parou para pensar nisso?

Se queremos ver vidas sendo tocadas pelo que cantamos e tocamos na casa do Senhor ou em qualquer lugar que houver a oportunidade, precisamos beber desta água diariamente (que é a palavra de Deus) para que seu coração/espírito esteja cheio e saciado. Ė responsabilidade de todo cantor e músico, fazer leituras Bíblicas regurlamente. “(Antes tem o seu prazer na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite, Salmos 1:2)”. Quando orar neste sentido, comece a oração por você, para que Deus trabalhe na sua vida, mude, transforme você, faça milagres em você. Não adianta orar pra Deus tocar vidas através do seu louvor ou receber o seu louvor se o mesmo louvor não está tocando a você mesmo. É a mesma coisa de pregar o que não vive. Pois os pregadores vivem o mesmo lema…quando pregam, a palavra vem primeiro pra ele/ela e depois pra quem está ouvindo.

Acreditem: – Que um louvor sem propósitos, sem objetivos, sem conhecimento do verdadeiro louvor e sem direção é um louvor morto e em vão, o que não é recebido pelo Pai. Se ele está em busca do verdadeiro adorador, porque então perderia seu tempo com o que louva de qualquer jeito?

“Este povo se aproxima de mim com a sua boca e me honra com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim. Mas, em vão me adoram…. Mateus 15:8-9(parte A do verso)”

Muitas vezes o Mike já me perguntou porque tantas pessoas talentosas no mundo da música não se encaixam neste mundo e muitos tiram suas próprias vidas? Eu sempre respondia: porque não conheceram a Deus… no fundo eu sabia que minha resposta nunca o convenceu…sua reação a minha resposta era: ah, você sempre fala isso…que resposta óbivia, não sei nem porque te faço estas perguntas. Depois de ontem, dentro daquele diálogo em pensamento com Deus eu obtive a resposta:

O músico sem Deus toca pra si mesmo, pro vazio, e pro mundo e nem o vazio, nem o mundo não podem devolver pra ele o prestígio que só Deus pode dar…a presença dele invadindo o nosso ser e a sua glória sendo manifestada no nosso espírito igual aquele povo no reino de Davi. Esse é o melhor reconhecimento que qualquer músico ou cantor pode receber, quando o seu espírito se indentifica com o Espírito do Criador.

O músico em Cristo pode obter tudo isso ao cantar ou tocar e muita das vezes não usufrui  e não desfruta deste dom…invista no seu dom, gaste tempo pelo seu dom, se sacrifique pelo seu dom, eduque, aperfeiçoe o seu talento, ore, jejue e consagre-se pelo seu dom, para que a glória de Deus se manifeste como resultado do seu esforço.

Que este artigo possa mudar sua forma de louvar ao Senhor e…

Que Deus possa falar melhor a cada coração…

Déya Chadwick

Manchester, Inglaterra

Conjunto musical da igreja onde congreguei em São Paulo nos dias de hoje.

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  1. #1 by isaac on 10/02/2013 - 11:14

    cantávamos com a alma ,hj infelizmente eu prefiro louvar em casa do que ouvir musicas sem inspiração na casa do meu Deus musicas que em nenhum momento me faz sentir o agir do Espirito Santo…..ahhh que saudades daquela época. mas graças a Deus que ainda há uns poucos que não se contaminaram..oh gloria!!! ( no ceu o verdadeiro louvor vai ser eterno).

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